AULA IV: A LÍNGUA E SUAS MODALIDADES
Chegou à vez de estudarmos as formas linguísticas em um país. A língua de uma nação civilizada tem dividida em sete modalidades.
Escrever é um dos maiores meios de comunicação, portanto, é de suma importância que um escritor conheça a língua de uma nação. Neste caso, vamos conhecer as modalidades do Português do Brasil. Este é o nosso propósito.
Na composição desta matéria, abordaremos os seguintes pontos, a saber:
A língua geral, ou comum; a língua regional; a língua popular; a língua culta; a língua literária; a língua falada ou escrita; elementos fundamentais da obra literária; prosa; poesia; estilo; ficção e poemas.
- A LÍNGUA GERAL, OU COMUM.
Refere-se à língua oral padrão de um país. Ela é aceita por uma sociedade e imposta pelo uso comum, adicionando-se aos vários falares regionais, de que é uma espécie de denominador comum.
- A LÍNGUA REGIONAL
Língua regional são derivações das línguas originais, com modificações em sua estrutura, neologismos, e sotaque diferente. Geralmente acontecem em povos que foram colonizados. A expressão "língua regional" também pode referir-se a uma língua que é falada em uma determinada região ou localidade, ou seja, uma língua local.
Veja alguns exemplos, são textos que circulam pela internet, mas ótimos exemplos de linguagem regional. Aprendendo e se divertindo. Fico imaginando como ele ficaria em uma atividade teatral:[1]
- ASSALTANTE BAIANO:
Ô meu rei... (pausa) Isso é um assalto... (longa pausa)
Levanta os braços, mas não se avexe não... (outra pausa) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagazinho(pausa pra pausa)
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado. Não esquenta, meu irmãozinho, (pausa) Vou deixar teus documentos na encruzilhada.[2]
2.2. ASSALTANTE MINEIRO:
Ô sô, prestenção issé um assarto, uai. Levantus braço e fica ketinquiémióprocê. Esse trem na minha mão tá chein de bala... Miópassá logo os trocados que eu num tôbão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, sô?![3]
2.3. ASSALTANTE CARIOCA:
Aí, perdeu, mermãoSeguiiiinnte, bicho Tu te fu. Isso é um assalto . Passa a grana e levanta os braços rapá . Não fica de caô que eu te passo o cerol....Vai andando e se olhar pra tras vira presunto[4]
2.4. ASSALTANTE PAULISTA
Pô, véiu... Isso é um assalto, manuAlevanta os braços, meu Passa a grana logo, véiu Mais rápido, manu, Só "cente e vinte",meuPô, se manda, vaza.[5]
2.5. ASSALTANTE GAÚCHO:
O gurí, ficas atento Báh, isso é um assalto
Levanta os braços e te aquieta, tchê ! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê.
Passa as pilas prá cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.[6]
Definição, o maior exemplo de língua regional, são as línguas estaduais individualmente. As quais continuam sofrendo divisões internas.
- A LÍNGUA POPULAR
Trata-se da fala do povo que acontece espontaneamente. Comumente ela contradiz a gramática. Exemplo: gírias e linguagens coloquiais.
As línguas coloquiais são as subdivisões das línguas regionais. E coloquialmente, excetuando as gírias, todas as línguas são corretas.
- A LÍNGUA CULTA
É uma linguagem utilizada por pessoas educadas das distintas carreiras e classes sociais. Ela é regida pelas leis da Gramática. Diz-se a respeito da língua ensinada nas escolas e o veículo das ciências.
Esta é a linguagem que deve ser usada em público.
- A LÍNGUA LITERÁRIA
Esta modalidade é mais artificial do que espontânea, a mesma, utilizada pelos Poetas, Escritores e Parlamentares em suas Obras artísticas e em seus discursos.
- A LÍNGUA FALADA OU ESCRITA
Estas duas linguagens têm finalidades diferenciadas. Veja:
A linguagem falada é um canal de saída. Onde o interlocutor expõe os seus ideais, para segundos, ou terceiros. Assim, ele torna comum as suas ideias, com isso, vai se esvaziando intelectualmente, perante aqueles que o ouviram.
A linguagem escrita é um canal de entrada, onde o leitor enriquece seus ideais. Assim, ele se alimenta intelectualmente, ficando mais sábio.
Oralmente, a língua é mais comunicativa e insinuativa, visto que, as palavras são trocadas por sonoridade e inflexões da voz, pelo jogo fisionômico e a mímica, recursos inibidos à língua escrita.
Um orador discursando a comunicação, ela é viva e muito mais bonita. Ele empolga ao ouvinte mais do que lida. Mas a desvantagem é que o discurso é sobrecarregado e evanescente, ao passo que a escrita é sóbria e duradora.
Esta é a causa de não ser aprazível, ouvir alguém ler um discurso publicamente. O objetivo da escrita é a edificação individual. Mas, tão somente, a oratória edifica coletivamente.
- ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA OBRA LITERÁRIA
Os elementos fundamentais da obra literária são dois:
- O conteúdo (ou fundo): são as ideias e os conceitos que as palavras transmitem da mente do escritor á do leitor.
- A forma: é a expressão linguística, a linguagem escrita ou falada, veículo das ideias e dos sentimentos.
A forma de uma obra literária pode revestir dois aspectos diferentes: a prosa e a poesia (ou verso).
- PROSA
É a linguagem objetiva, direta, usual, é o veículo comum do pensamento.
- POESIA
É a linguagem subjetiva, carregada de emoções, com ritmo melódico constante, bela e indefinível como o mundo interior do poeta.
“O objetivo da poesia, como o de todas as belas-artes, é o de produzir um encanto emotivo, um puro e elevado fazer.” (Butcher em Alceu Amoroso Lima, Estética literária, p.38.).
Vazada em linhas descontínuas ou versos, que podem ser metrificados ou livres, a linguagem poética, sob o aspecto auditivo ou melódico, caracteriza-se pelo ritmo, bem mais acentuado que na prosa, e pela eventual utilização da rima.
Considera-se obra literária somente o escrito que se distingue pela beleza da forma e a excelência do conteúdo.
- ESTILO
Estilo é a maneira típica de cada um exprimir seus pensamentos por meio da linguagem.
Todo escritor tem seu estilo próprio, isto é, sua expressão reveste uma forma característica, pela qual se manifesta sua sensibilidade e a feição peculiar de seu Espírito.
Além dessas características individuais, que diferenciam os autores, o estilo revela. Também, os traços psicológicos da raça e as tendências dominantes das diversas escolas e correntes literárias ao longo dos tempos. Nesse sentido é que há sentido clássico, romântico e modernista.
- FICÇÃO
Em literatura, ficção (latim fictionem, de fíngere= modelar, criar, inventar, imaginar) é uma estória, portanto, inventada, uma criação da fantasia, uma obra do talento inventivo do escritor.
- POEMAS
A Poesia se trata de um gênero literário. Ela pode ser caracterizada pela composição em versos estruturados de forma harmoniosa, ou não. É uma exibição de beleza e estética demonstrada pelo poeta em forma de palavras.
Além das rimas, a poesia é uma expressão de sentimento, ou lamentação. E não precisa necessariamente ter rimas. Ela tem por objetivo de ser tudo aquilo que comove que sensibiliza e estimula sentimentos. Resume-se na arte que inspira e encanta que é grandiosa e linda.
[1]Aulas de Português (2012)
[2]Aulas de Português (2012)
[3]Aulas de Português (2012)
[4]Aulas de Português (2012)
[5]Aulas de Português (2012)
[6]Aulas de Português (2012)